Luísa Coutinho


Luísa Coutinho

Doutoramento sobre o tema " As dinâmicas de poder na sucessão de Liurais: etnografia e história de familias no reino de LUca ( Timor-leste)




A nossa bolseira Luísa Coutinho a par do doutoramento é uma das coordenadoras do Seminário do Grupo de Investigação Identidades, Culturas e Vulnerabilidades, no Instituto de Ciências Sociais (ICS). 
No ãmbito desse Seminário tem organizado algumas sessões sobre o Oriente ou não. A 1ª sessão realizou-se no passado dia 5 de Abril e foi orador outro dos nossos ex-bolseiros, Luís Costa.



Título: “Literatura oral timorense: Nada acontece por acaso, tudo tem uma razão de ser!”.



Resumo:

              Literatura oral é uma expressão utilizada para designar narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas com o objetivo de explicar acontecimentos, considerados misteriosos ou sobrenaturais, ou até fenómenos da natureza, que não são, muitas vezes, compreendidos. Regista-se, por isso, uma mistura de factos reais com imaginários e uma mistura da estória e da fantasia com os personagens que realmente existiram.

            No campo mais específico da poesia oral, os exemplos ocorrem durante momentos de trabalho comunitário, por exemplo, em que os movimentos corporais, com ritmo e cadência, complementam os signos verbais usados para contar uma história ou lançar uma adivinha.

            Porém, o emissor ou contador destas narrativas não narra tudo o que sabe pois, segundo a crença, quem narra a estória ou lenda na sua totalidade pode morrer ou sofrer outras vicissitudes. Esta literatura engloba discursos anónimos, transmitidos oralmente ao longo do tempo, que fazem parte de um património cultural e colectivo. É a comunidade, anónima e intemporal, que se encarrega da transmissão desse património, pela voz de um conjunto indefinido de sujeitos individuais.
Nota biográfica: Luís Costa – natural de Fatu-Berliu, Timor-Leste. Professor de tétum e cultura timorense, investigador, autor de obras sobre a língua tétum e cultura de Timor, como Dicionário de Tétum-Português (2000), Guia de Conversação Português-Tétum (2001), Borja da Costa: Selecção de Poemas (2009), Guia de Conversação Português-Tétum (2012), Língua Tétum: Contributos para uma Gramática (2015) e Ué-Lenas - Lenda de Timor Lorosa’e (2018). Em 2005 obteve uma bolsa de estudo da Fundação Oriente para o desenvolvimento de um projeto de dicionário de Português/Tétum.

A próxima sessão deste seminário tem lugar no próximo dia 3 de Maio, estará a cargo de Christophe Pons

Título: Variações cristãs e ocultistas do Norte (Islândia, Ilhas Faroé) até ao Sul (Cabo Verde, Portugal): proposta para uma antropologia do ‘ser atuado’”.



Resumo: É possível “não ser eu”, no sentido de “não ser o autor dos atos e pensamentos de que sou ator”? Esta questão é problemática. Por um lado, ela opõe-se ao senso comum de acordo com o qual hoje a norma ética, moral e política é “seja você mesmo”. Por outro lado, supõe uma possibilidade de “ausência de si” que é contrária ao quadro naturalista que ainda domina nas ciências sociais. Através de um ensaio comparado sobre variações religiosas – cristãs e ocultistas – relativas a etnografias do Norte (Islândia, Ilhas Faroé) e do Sul (Portugal, Cabo Verde) do hemisfério norte, proponho como hipótese que “ser atuado” / “ser outro” possa constituir o fundamento de uma antropologia do sujeito.

Nota biográfica: Christophe Pons é antropólogo, directeur de recherche no CNRS, e vice-diretor do Idemec (Institut d’ethnologie méditerranéenne, européenne et comparative) em Aix-en-Provence. Tem trabalhado sobre diversas formas religiosas (espiritismo, ocultismo, protestantismo, catolicismo, bruxaria e possessão) em sociedades nórdicas (Islândia, Ilhas Faroé), em Cabo Verde e em Portugal. Os seus trabalhos destacam a importância do misticismo nas religiosidades modernas. É autor de 7 livros e mais de 40 artigos e dirigiu vários projetos de pesquisa sobre as transformações de identidades cristãs entre denominações neopentecostais, misticismos, conversão religiosa e subjetividades. Desde 2018, dinamiza um projeto colaborativo internacional acerca da subjetividade na crença, com estudos de caso sobre feitiçaria, conversão e “obsessão” / “possessão” enquanto instâncias de “ser atuado”, de não agir por si mesmo. No âmbito deste projeto, realiza trabalho de campo em Lisboa desde setembro de 2018.








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